Os primeiros passos não foram exatamente uma expressão artística.
Os movimentos desconexos eram inspirados no abstrato, numa tentativa incoerente de unir aquilo tudo que aprendia a movimentar isoladamente.
Desde o início, porém, eu sentia uma força maior que me envolvia.
Os ritmos, o colorido dos véus e os movimentos encantavam-me e me traziam a sensação de uma mistura do sagrado e do profano.
Aos poucos fui despertando para o mundo da dança do ventre e comecei a expressar-me como uma bailarina.
As descobertas foram acontecendo (e ainda acontecem) a cada dia, a cada aula e a cada música explorada, o mesmo movimento se manifestando com nuances diferentes e a inspiração começando a nascer da alma.
Fui descobrindo ao longo do tempo que dançar não é simplesmente retratar movimentos técnicos, mas sim expressar mistérios profundos de nosso ser.
A verdadeira arte da dança do ventre consiste em redescobrir a cada momento a história já impressa por inúmeras mulheres no espetáculo da vida.
Poema escrito por Sandra Oliveira.
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